sábado, 30 de abril de 2011

O que é uma crise existencial e qual é o papel da filosofia nela?

Crise existencial é o processo filosófico de ressignificação do que não tem mais sentido em algo com um sentido novo. Não obstante, esse sentido pode ser um tanto quanto incerto dependendo da duração de seu processo. Nesse sentido há crises existenciais de todos os matizes: rápidas ou lentas, curtas ou longas, dolorosas ou alegres. Entretanto, para não se desesperar, é preciso reconher que um processo passa por etapas, com as quais é possível verificar as mudanças efetivadas e, perceber o quanto se andou de etapa à etapa.

Interessante é que só agora eu entendi plenamente a música do grande roqueiro filósofo Raul Seixas:
http://www.youtube.com/watch?v=9j5Jhpd1H98

Será que sobra o coração?

Minha querida,

Passei por inúmeras crises existenciais. Esta última foi devastadora, pois acabou com quase todas as minhas crenças, sejam filosóficas, políticas ou religiosas. Agora só acredito no meu coração. E ele me diz que só tem dois sentimentos pelos quais ainda é valido lutar na vida: a amizade e o amor. A amizade pelos meus amigos e o amor por você. O que eu posso fazer se eu te amo, além do espaço e apesar do tempo? Esperar por ti.

segue uma música, desta vez, não para ajudar a responder, mas, para ajudar a questionar:

sábado, 2 de abril de 2011

Apenas mais um entardecer

          É final de tarde. Pela janela do meu quarto olho o entardecer. As árvores balançando ao sabor do vento distraem a minha atenção. Tenho o mundo inteiro ao meu alcance, porém, não a doçura. Porque o mundo é o exterior, enquanto ela é o meu interior. Nunca mais fui o mesmo, nem quando a conheci e tampouco quando a perdi. Agora eu vivo, ou melhor, tento viver no abismo sombrio das minhas noites de insuportável insônia. Ao me recolher ao leito do meu descanso, firmava na mente a ideia de tranquilidade para embalar o meu sono. Tudo bobagem. Os pesadelos torturam-me. Nem dormir eu consigo mais. Pergunto-me às vezes se tudo isso tem algum sentido. Impossível saber. Convulsiono-me de ódio, mas em vão, pois o meu coração, apesar de sensível, não aceita tal desventura. Não obstante, tento morrer a cada entardecer, mas, como um morto-vivo, busco no conhecimento a distração para um Tempo lerdo que retarda a consumação plena da minha vida.

E você meu caro leitor, o que faz a cada entardecer?

"Não sou alegre nem triste: sou poeta"
Cecília Meireles