domingo, 25 de dezembro de 2011

DO DIREITO AO DELEITE

Santiago está ansioso. Uma ansiosidade que verte pelos poros. Pois será sua estreia como professor de degustação de bombons de trufa. Meus caros leitores e leitoras, acena-se novos rumos ao trilhar de Santiago. Rumo esse, deveras mui saboroso.
 
 Para sua primeira aula, Santiago convidou seus melhores amigos. Será tudo muito especial, pois para tal ocasião ele encomendara bombons nobres, importados.
 
 Santiago começa sua explanação dizendo para olhar atentamente a caixa dos bombons. Caixa muito bem desenhada, elegante. Depois, diz para termos delicadeza ao abri-la, pois sendo uma obra de arte, merece todo o nosso respeito. Após aberta a caixa, os bombons foram sendo um a um desfrutados. Mas, como cada bombom é único, primeiramente deve-se cheirá-los para acender o nosso desejo. Na excitação, arrancam-se nacos de chocolate que vão derretendo lentamente na boca. Com todos fazendo isso ao mesmo tempo, ouve-se um vigoroso HUM! de prazer.
 
 Alguém bate à porta. Quem será que interrompe tão su-blime banquete? Santiago foi ver quem é. Ah! é o entregador de mulheres! Um amigo de Santiago verifica o pedido. Sabores raros: companheiras, afetuosas e fies. Ele pergunta o que fazer com elas, pois o banquete já está terminando. Todos respondem para colocá-las na dispensa, para aguardarem até amanhã, quan-do serão servidas como aperitivo antes do novo banquete.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O que é a Tecnologia?

       Um acrobata pusera-se a trabalhar; saíra de uma pequena porta e andava pela corda presa a duas torres sobre a praça pública e a multidão.

      Quando se encontrava bem na metade do caminho abriu-se outra vez a portinhola, donde saltou o segundo acrobata que parecia um palhaço com as suas mil cores, o qual seguiu rapidamente o primeiro. “Depressa, bailarino” – gritou sua voz horrível. – “Depressa, mandrião, manhoso, cara deslavada! Olha que te piso os calcanhares!   Que fazes aqui entre estas torres? Na torre devias tu estar metido; impedis o caminho a outro mais ágil do que tu!” E a cada palavra se aproximava mais, mas, quando se encontrou a um passo, ocorreu essas coisa terrível que fez calar toas as bocas e atraiu todos os olhares; lançou um grito diabólico e saltou por sobre o que lhe interceptava o caminho.
    Este, ao ver o rival vitorioso, perdeu a cabeça e a corda, largou o balancim e precipitou-se no abismo como um remoinho de braços e pernas. A praça pública e a multidão pareciam o mar quando se desencadeia a tormenta. Todos fugiram atropeladamente, em especial do lugar onde deveria cair o corpo. Zaratustra permaneceu imóvel, e junto dele caiu justamente o corpo, destroçado, mas vivo ainda. Passado um instante o ferido recuperou os sentidos e viu Zaratustra ajoelhado junto de si. “Que fazes aqui? – disse-lhe. Já há tempo que eu sabia que o diabo me havia de derrubar. Agora me arrasta para o inferno. Queres impedi-lo?”
    “Amigo – respondeu Zaratustra – palavra de honra que tudo isso de que falas não existe, não há demônio nem inferno. A tua alma ainda há de morrer mais depressa do que teu corpo; nada temais”. O homem olhou receoso. “Se dizes a verdade – respondeu – nada perco ao perder a vida. Não passo de um besta que foi ensinada a dançar a poder de pancadas e de fome”.
    “Não – falou Zaratustra – fizeste do perigo o teu ofício, coisa que não é para desprezar. “Agora por causa do teu ofício sucumbes e atendendo a isso vou enterrar-te por minha própria mão”. O moribundo já não respondeu, mas moveu a mão como se procurasse a de Zaratustra para lhe agradecer.

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Martin Claret, São Paulo, 2000. in Capítulo 6 da primeira parte.



            Vivemos nossas vidas de certo jeito – ou certa técnica – e nas relações que temos com a sociedade seja, estudo, família e principalmente trabalho, sempre tem aqueles “diabos” que nos atropelam com suas geringonças mais tecnológicas, e por isso ganham mais status de valor, de atenção e, por que não de aprovação?
Todas as coisas se referem, em maior ou menor grau, a uma técnica. Sendo assim, vivemos sob o primado – diabólico, conforme Nietzsche – da técnica. Surge uma pergunta que não quer calar e que se sobressai entre muitas: “O que faremos com tantas técnicas?”, sendo que o critério de verdade da técnica é que ela simplesmente funciona – isso é um fato incontestável. Nesse transcorrer de ideias, existem técnicas mais verdadeiras do que outras. Pois à medida que certas técnicas vão ficando para traz, em desuso, se tornam falsas, porque, relativamente, ou por não funcionam mais, ou simplesmente por não haver mais lugar para elas.
A técnica pede passagem – ou melhor, muitas vezes apenas passa – e não toma conhecimento da vida humana em relação com as outras pessoas e nem mesmo com a Natureza. Para essa passagem a técnica apresenta seu principal critério de valor, que é a dominação. Se soubermos como a técnica funciona ao mesmo tempo em que as outras pessoas não, então podemos dominar a situação. Nesse sentido de dominação é que se apresenta um pequeno aspecto que se poderia acrescentar à ética, política e epistemologia:
Eticamente falando, afirmamos nossa existência através da capacidade de se ensinar técnicas. Politicamente, nossa existência se afirma pela capacidade de aprender técnicas. Já no terreno epistemológico, nossa existência é afirmada por uma incessante dialógica: ensino – aprendizagem de técnicas. Essas três convergem para a Educação, onde muito mais que ensinar conteúdos, devem-se, novamente, ensinar técnicas; por conseguinte, técnicas para descobrir novas técnicas.

O paradigma da complexidade aplicado sobre a Filosofia da Tecnologia.
A Evolução como conceito emergente. Entendendo como emergência, um todo que surge através da relação, complementar e até antagônica, de suas partes constituintes.



O Homem como o ser tecnologicamente evolutivo da Natureza.
O Homem é um ser tecnológico.
A Evolução como uma metatécnica.
A História da evolução do homem se confunda coma a História da evolução da técnica.
Sem a técnica não há o homem!

É preciso pensar a política, a ética, a educação e tudo mais através da tecnologia e sua relação com o homem. 


Talvez haja outros conhecimentos a adquirir, outras interrogações a fazer hoje, partindo não do que outros souberam, mas do que eles ignoraram.
            S. Moscovici



E ai meu caro leitor, o que é a Tecnologia para vc?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O que é o Brasil?






Cel Paulo Ricardo Rocha Paiva
Prof. Marcos Coimbra


Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.

É com tristeza e preocupação que presenciamos a trajetória atual do nosso Brasil. A Nação do futuro sofre problemas atrozes, capazes de levá-la a um desastre nunca imaginado nos piores cenários traçados pelos especialistas do ramo.

Se não, vejamos. Há quarenta anos nosso país encontrava-se em situação muito melhor do que a China, atual segunda economia mundial, caminhando para ser a primeira em 2030. Eles possuem um sistema econômico pujante, que poupa e investe cerca de 50% do seu PIB. Lá os corruptos são punidos com um tiro na nuca e a família do meliante ainda deve pagar o custo da bala. Possuem o domínio da tecnologia nuclear e espacial, tendo artefatos nucleares em condições de ser empregado na defesa de seus interesses. Seu planejamento estratégico abrange gerações.

E nós, ficamos para trás. Os fatos são avassaladores. De início, não possuímos um Plano Nacional de Desenvolvimento. Ora, para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve. E quem não traça seu destino o terá traçado por outro. A corrupção atingiu um caráter endêmico, abrangendo os três Poderes, em especial o Executivo em seus três níveis.

Existe já a expectativa de qual será o escândalo da semana, pois a série é interminável. A cada momento, surge um mais escabroso do que os outros. E o pior é a garantia da impunidade. Os delitos são cometidos, a imprensa apura, denuncia, exercendo o papel que deveria caber aos órgãos de controle das respectivas administrações, mas ninguém é punido de fato. O máximo que ocorre é sair, a pedido, do atual cargo para, no futuro, ocupar outra posição ou comandar o processo de indicação do substituto.

Consideramos como principais crimes cometidos pelos atuais detentores do poder político no Brasil a abertura para a perda da Integridade do Patrimônio Nacional e o abandono da educação da nossa juventude.

O crime de lesa-pátria cometido pelas sucessivas administrações federais e demais “autoridades” no processo de demarcação de áreas indígenas e do reconhecimento do direito de propriedade de “quilombolas” é imperdoável. Seus autores terão seus nomes inscritos na galeria de traidores da Pátria, ao lado de Joaquim Silvério dos Reis e outros. A rede Bandeirantes mostrou, na semana passada, em várias reportagens as barbaridades cometidas contra o país e cidadãos brasileiros, bem como suas trágicas consequências, no relativo à demarcação da reserva Raposa/Serra do Sol. E o mesmo está em vias de acontecer no Mato Grosso do Sul.

De início, o modo cruel e violento, digno das piores ditaduras, com que uma verdadeira “gestapo” invadiu propriedades privadas, sem ordem judicial, para expulsar seus legítimos proprietários, há décadas, jogando-os na miséria. E tudo isto para cumprir orientação oriunda de pressões externas de países e ONGs interessadas nas riquezas lá existentes.

Para culminar, a falta de visão dos irresponsáveis que perpetraram tal crime, ignorando o que aconteceu e está acontecendo no mundo (esquartejamento da Iugoslávia, ocupação do Iraque, Afeganistão, agressão à Líbia etc.).A questão “quilombola”, inventada de fora para dentro representa igual risco para a Soberania Nacional. Criaram as condições, por omissão, covardia, cumplicidade, leniência ou razão pior, para a balcanização do território brasileiro, com perda de nossas principais riquezas.

Outro desatino grave refere-se ao desprezo como é tratada nossa juventude, em especial no tocante ao processo educacional. Os pais, cada vez mais exigidos pelo consumismo criado artificialmente, passaram a não ter condições reais de educar seus filhos, transferindo a responsabilidade para as escolas. Ora, a função delas é ensinar e complementar a educação que as crianças deveriam receber no Lar. Não a de substituí-lo. Neste danoso processo, o futuro de nosso país, representado pela juventude, está seriamente comprometido.

Qual a família responsável que não está seriamente preocupada com a integridade física, moral e intelectual de seus descendentes? Os meios de comunicação, ao invés de atuar positivamente, deseducam, transmitindo programação de baixo nível, com inteira subversão dos valores e princípios morais e éticos do povo brasileiro. O homossexualismo é glorificado e a descriminalização das drogas pregada até por ex-presidentes da República.

Querem atingir quais objetivos com a propagação destas anomalias?  Qual o pai que deseja ver seus filhos atingidos pelas drogas ou por outros vícios terríveis? O que o MEC pretende pagando edições de milhares de livros, onde a língua portuguesa é agredida e a matemática subvertida, bem como tentando patrocinar a divulgação de “kit gay”? Por que não investir estes recursos na melhoria da qualidade do precário ensino público oferecido aos nossos jovens? Afinal, não adianta ser a sétima ou sexta economia do mundo sem a existência de um povo capaz de usufruir os benefícios desta situação. Serão servos dos “donos do mundo”, meros extratores de matérias primas, eternamente dependentes, sem condições de autonomia e auto-suficiência. O desastre é total. Até nos esportes, passamos a perder todas, ao contrário do passado quando ganhávamos quase todas.


mcoimbra@antares.com.br


E agora, para ajudar a pensar, vai tres músicas do Gabrile Pensador:
Mentiras do Brasil
Pega ladão
É pra rir ou pra chorar?
 

domingo, 10 de julho de 2011

O que é droga?

Pessoal tenho que confeçar algo muito grave a respeito da minha saúde: ontem usei drogas! sério, e usei das mais pesadas; que entorpeceu até as minhas ideias. Querem saber que droga é essa?:

Ontem assisti ao jogo da Seleção Brasileira de Futebol

Prometo aos meus amigos que nunca mais assisitrei jogo nenhum de futebol.

Para não perder o costume sugiro a música do Skank:
http://www.youtube.com/watch?v=ftVoTWgSaQk

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O que é o Capitalismo?



É um sistema de desenvolvimento apenas econômico e financeiro, pertencente aos banqueiros e multinacionais, ao qual criam uma forma de governo chamado de corporatocracia, cujo objetivo é maximizar os lucros sem considerar os custos sociais e ambientais, atravéz da subjugação dos povos pelas enormes dívidas monetárias internacionais.

Quando um economista capitalista diz que acredita na liberdade, o que ele quer dizer na verdade é:

1- Se voce nao é a favor do livre mercado entao voce é contra a liberdade.

2- Facilitar a maximização da transformação do dinheiro em mais dinheiro para os detentores do capital privado.

Isso, meu caro leitor, não te soa um pouco demoníaco?

Penso, logo resisto

"Penso, logo resisto". Esta paráfrase da célebre conclusão de Descartes, toma um outro rumo, agora, político. Uma variante dela poderia ser: Resisto porque penso! Deveras, se resistimos, fazemos isso com bons motivos, e o maior deles é a Liberdade. Não essa mera liberdade de comprar e vender, do dito livre mercado, mas a Liberdade de exercermos quem realmente somos e de viver plenamente! Precisamos não apenas dar nossa resposta à vida, mas, também, nossa proposta de vida a nós mesmos! Nesse sentido, quem é que pode exercer afirmativamente essa última proposição? Arrisco uma resposta: ninguém! Não obstante, ou se está no sistema ou está fora. Se está fora fica distante das benesses do mesmo; se está dentro, vive como um louco para permanecer nele!  

Não é a toa que essa marcha da liberdade esteja preocupando os coronéis da nossa política. Devem estar com receio, porque já estão pensando alguma forma de criminalizar tais manifestações!
Para terminar: para ser realmente sustentável, num planeta finito como o nosso, há de ser contra o consumismo desenfreado. Nesse sentido, o que é desenvolvimento? É econômico ou humano? Se for econômico o planeta vai falir! Uma hora ou outra todas as pessoas terão que fazer sua escolha.

E você meu caro leitor, em que você resiste?

sábado, 30 de abril de 2011

O que é uma crise existencial e qual é o papel da filosofia nela?

Crise existencial é o processo filosófico de ressignificação do que não tem mais sentido em algo com um sentido novo. Não obstante, esse sentido pode ser um tanto quanto incerto dependendo da duração de seu processo. Nesse sentido há crises existenciais de todos os matizes: rápidas ou lentas, curtas ou longas, dolorosas ou alegres. Entretanto, para não se desesperar, é preciso reconher que um processo passa por etapas, com as quais é possível verificar as mudanças efetivadas e, perceber o quanto se andou de etapa à etapa.

Interessante é que só agora eu entendi plenamente a música do grande roqueiro filósofo Raul Seixas:
http://www.youtube.com/watch?v=9j5Jhpd1H98

Será que sobra o coração?

Minha querida,

Passei por inúmeras crises existenciais. Esta última foi devastadora, pois acabou com quase todas as minhas crenças, sejam filosóficas, políticas ou religiosas. Agora só acredito no meu coração. E ele me diz que só tem dois sentimentos pelos quais ainda é valido lutar na vida: a amizade e o amor. A amizade pelos meus amigos e o amor por você. O que eu posso fazer se eu te amo, além do espaço e apesar do tempo? Esperar por ti.

segue uma música, desta vez, não para ajudar a responder, mas, para ajudar a questionar:

sábado, 2 de abril de 2011

Apenas mais um entardecer

          É final de tarde. Pela janela do meu quarto olho o entardecer. As árvores balançando ao sabor do vento distraem a minha atenção. Tenho o mundo inteiro ao meu alcance, porém, não a doçura. Porque o mundo é o exterior, enquanto ela é o meu interior. Nunca mais fui o mesmo, nem quando a conheci e tampouco quando a perdi. Agora eu vivo, ou melhor, tento viver no abismo sombrio das minhas noites de insuportável insônia. Ao me recolher ao leito do meu descanso, firmava na mente a ideia de tranquilidade para embalar o meu sono. Tudo bobagem. Os pesadelos torturam-me. Nem dormir eu consigo mais. Pergunto-me às vezes se tudo isso tem algum sentido. Impossível saber. Convulsiono-me de ódio, mas em vão, pois o meu coração, apesar de sensível, não aceita tal desventura. Não obstante, tento morrer a cada entardecer, mas, como um morto-vivo, busco no conhecimento a distração para um Tempo lerdo que retarda a consumação plena da minha vida.

E você meu caro leitor, o que faz a cada entardecer?

"Não sou alegre nem triste: sou poeta"
Cecília Meireles

terça-feira, 15 de março de 2011

O que é direito e liberdade de pensamento?

     O aluno após ser ridicularizado pelo professor devido a um comentário despretensioso, pergunta:
     -  Professor, então nós não temos direito ao pensamento?
     - Se for o que eu penso, tem! - falou o professor como se fosse a última bolacha do pacote, depois completou: - Vou deixar ainda mais claro para você entender: você tem o dever de pensar como eu quero, um analítico doutorado no exterior - falou todo pomposo.
     - Quer dizer - retoma o questionamento - que nem liberdade para pensar nós temos?
     - Aluno não tem liberdade, ainda mais um aluno brasileiro! A função de vocês é de entender razoavelmente as ideias de fora para poderem testá-las. Vocês são nossos fantoches e seu país é o nosso laboratório!
    Uma pequena pausa para acomodar uma ligeira indigestão... depois, o aluno pensa consigo mesmo:
    "Este professor aprendeu mesmo como ser um brilhante papagaio "verde-amarelo" doutorado. Onde as ideias de fora são a Casa Grande, ele - e alguns outros professores - são os Feitores e nós alunos compomos a Senzala. Não obstante, eu vou prestar atenção a para tudo o que este papagaio quer reproduzir como sua verdade, para poder transcrever tudo integralmente na sua prova. Pois sua disciplina é obrigatória e eu preciso passar!

E você, meu caro leitor, você tem liberdade de pensamento?

Vai ai uma música para ajudar na resposta, de Gabriel Pensador, Se liga aí:
http://www.youtube.com/watch?v=o1vbkp_WZwU

segunda-feira, 14 de março de 2011

O que é Liberdade?

A Liberdade é uma intensionalidade!

           Quando falamos em abertura epistemológica, instintivamente pendemos para uma possível construção e acomodação de novos conhecimentos, ou, sua salutar modificação. Entretanto, há momentos em que não aceitamos essa abertura, justamente porque ela se dá por desconstrução e, no lugar dos seus destroços ainda não temos outro conhecimento equivalente que sirva como base para a vida.
Essa situação desconstruída e bagunçada por escombros, muitas vezes nos embrulham o estômago a tal ponto que nos forçam a desejar que tal estado não tivesse acontecido. Os que cedem a esse desejo retornam às suas crenças razoáveis e anseios menores vivendo em paz consigo mesmos na conformidade de suas consciências. Não obstante, há os que persistem bravamente em suas desconstruções, ainda que, com uma náusea existencial; esses são chamados de filósofos.
Devemos ser pensadores comprometidos epistemologicamente. O que isso tem a ver com a liberdade? Porque não podemos concebê-la apenas como sentimento, mas, também, como conhecimento. Isso nos remete novamente à questão anterior e elenca duas questões:
1) A liberdade é intencional? É um evento mental que sempre aponta para “algo”? Nesse sentido a liberdade seria “Liberdade de”. 2) A liberdade proviria de uma intencionalidade? A liberdade então seria esse algo pelo qual alguma intencionalidade aponta? Assim, a liberdade seria “Liberdade em si”.
A primeira noção traz para mais perto de nós uma “Filosofia da Ação”. Já a segunda nos remete a uma metafísica.
Sem desprezar a metafísica, mas elegendo a Ação, como algo epistemologicamente verificável e de âmbito público, o inicio dessa busca pela noção de Liberdade. A Liberdade enquanto Ação.

Então:

“O que é Liberdade? Liberdade é Liberdade de, conscientemente, comprometermo-nos com os nossos ideais, que constituem a nossa verdadeira subjetividade autêntica, criadoras de nossas 'opções alternativas' em face às opções que nos são impostas. Liberdade de, conscientemente, dar, não apenas a nossa resposta à vida, mas, principalmente, nossa proposta de vida a nós mesmos”.

E você, meu caro leitor, qual a sua proposta de vida para você mesmo?

Para ajudar na resposta dê uma olhada nessa música de Geraldo Vandré:

sexta-feira, 4 de março de 2011

O que é o Carnaval?

      Ontem, sexta-feira, travei o seguinte diálogo com um colega de faculdade:
    
       - E ai Sauthier qual é a boa do Carnaval?
       - Eu não gosto do Carnaval!
       -  Como assim não gosta?!
       - Acrescento também que não gosto nem de futebol e tampouco de fórmula 1!
       - Você só pode estar de brincadeira, todo mundo gosta disso!
       - Oh meu querido... imagine que todo mundo são muitos bois presos e apertados num curral perto de um precipício. Num certo momento ouve-se um barulho ensurdecedor que assusta toda essa boiada que vaza alucinada precipício abaixo... imaginou?
        - Sim tá e daí?
        - (dei uma leve suspirada)  Faça o seguinte: pense durante o Carnaval e depois tente me responder. Conversamos... tchau.

        Resumindo a ópera temos que o Carnaval é ou:
             - coaçao externa:
                 a) ditadura da alegria, ou
                 b) overdose de alegria, ou
                 c) coma induzida de alegria, ou
             -  coaçao interna:
                 d) ridícula mania de levar tudo na boa.
  
    Alegria do quê? para quê? e para quem?
    "Rir é bom; mas rir de tudo é desespero"  -  Amor pra recomeçar - Barão Vermelho.
    Penso ser desnecessário dizer algo mais!

    E você, meu caro leitor, o que é o Carnaval para você?

    Para ajudar na resposta conferir a música de Gabriel Pensador:
    http://www.youtube.com/watch?v=XHUzEqXaEcI

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O que é ser Subversivo?

      Os acontecimentos na Tunísia, no Egito e, agora, na Líbia fizeram eu me lembrar de um pensamento meu sobre o que é ser um subversivo de 14/02/2008:

      “Pensar é transgredir qualquer ordem estabelecida.
       Porque, sacramentada em comodismo, preconceitos, intolerância e interesses
       escusos, tornou-se defasada. Sendo subversivo, todo aquele que insiste  em mantê-la.”
     
      Primeiramente, vamos nos ater sobre a "ordem estabelecida". Esta pode ser legítima ou defasada. O primeiro caso ocorre quando as questões são mais ou menos discutidas na sociedade e, esta como um todo, promulga as mudanças. Já o segundo, ao contrário, acontece quando as questões são discutidas apenas numa classe da sociedade, e esta em particular, outorga as mudanças. Quando a ideologia de uma oligarquia, é forçada goela a baixo a toda a sociedade, de tempos em tempos surgem os subversivos, que no primeiro caso será o Reacionário e, no segundo será o Revolucionário.
       O Revolucionário é o subversivo que tenta modificar a atual ordem estabelecida. Poque esta se acomodou em preconceitos,  intolerância e com interesses escusos e, portando, está defasada.
        O Reacionário é o subversivo que consegue frear as mudanças na sociedade chegando até voltar alguns aspectos da ideologia de sua oligarquia. Isto aconteceu, aqui mesmo no Brasil, no começo deste ano: os políticos aumentaram em 61,83% os seus próprios salários! Outro exemplo são os ex-governadores que ganham aposentadoria!
       Ser Revolucionário, por defender a igualdade e a justiça, é condenar tais atitudes e agir de acordo propondo uma ampla reforma política onde, por exemplo, ninguém possa ajustar seu próprio salário. Ser Reacionário, por não se importar com a igualdade e a justiça, é praticar tais atos vergonhosos e agir contrário a reforma política.
       Todo filósofo que se preze é um transgressor. Porque ele consegue resignificar o presente, seja reinterpretando os clássicos, seja propondo novas significações.
        Você, meu caro leitor, como qualquer filósofo, não escapa dessa pergunta nefasta, mas precisa:
Que tipo de subversivo você escolhe ser: Revolucionário ou Reacionário?
        Lembro o leitor atento que, não escolher um lado, resulta, por omissão, a escolher o outro. Pelo menos nisso, a liberdade, eu concordo com Sartre.

Para ajudar na decisão, conferir música do Gabriel Pensador
http://www.youtube.com/watch?v=673zYtoWM_Y